O HOMEM QUE NÃO SE IRRITAVA
Em uma cidade interiorana, havia um homem que não se irritava e não discutia com ninguém. Sempre encontrava saídas cordiais. Não feria nem se aborrecia com as pessoas. Morava em uma modesta pensão, onde era admirado e querido.
Para testá-lo, seus companheiros combinaram levá-lo à irritação em um jantar.
No restaurante, combinaram todos os detalhes com a garçonete que seria responsável por atender a mesa reservada para a ocasião. Assim que iniciou-se a refeição, como entrada foi servida uma deliciosa sopa, da qual o homem gostava muito.
A garçonete chegou próximo a ele, pela esquerda, e ele, prontamente, levou seu prato para aquele lado, a fim de facilitar a tarefa de servir. Mas ela serviu todos os demais, e, quando chegou a vez dele, foi para outra mesa.
Ele esperou calmamente que ela voltasse. Quando ela se aproximou outra vez, agora pela direita, para recolher o prato, ele levou outra vez seu prato na direção da jovem, que novamente se distanciou, ignorando-o.
Após servir todos os demais, passou rente a ele, acintosamente, com a sopeira fumegante, exalando um aroma saboroso, e retornou à cozinha. Naquele momento, não se ouvia qualquer ruído. Todos o observavam discretamente, para ver a reação dele.
Educadamente, ele chamou a garçonete, que se voltou, fingindo impaciência, e lhe disse:
- O que o senhor deseja?
Ele respondeu, naturalmente:
- A senhora não me serviu a sopa.
Novamente, ela retrucou, para provocá-lo, desmentindo-o:
- Servi, sim senhor!
Ele olhou para ela, olhou para o prato vazio e limpo e ficou pensativo por alguns segundos. Todos pensaram que ele iria brigar. Suspense e silêncio. Mas o homem surpreendeu a todos, ponderando tranquilamente:
- A senhora serviu sim, mas eu aceito um pouco mais!
Os amigos, frustrados, terminaram o jantar convencidos de que nada faria com que aquele homem perdesse a compostura.
(Parábola extraída do Livro "As Mais Belas Parábolas de Todos os Tempos", v.2, Alexandre Rangel)
MORAL DA HISTÓRIA:
Bom seria se todas as pessoas agissem sempre com discernimento em vez de reagir com irritação e impensadamente.
Ao protagonista da história, não se importava quem estava com a razão, e sim evitar as discussões desgastantes e improdutivas, quem age assim sai ganhando sempre, pois não se desgasta com emoções que podem provocar sérios problemas de saúde ou acabar em desgraça.
Muitas brigas surgem motivadas por pouca coisa, por coisas tão sem sentido, mas que se avolumam e se inflamam com o calor da discussão, isso porque algumas pessoas têm a tola pretensão de não levar desaforo para casa, mas acabam levando para a prisão, para o hospital ou para o cemitério.
Por isso a importância de aprender a arte de não se irritar, de deixar por menos ou encontrar uma saída inteligente, como fez o homem no restaurante. (Texto extraído da internet)
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