ESPERANÇA
Quando a tormenta passar
E se acalmarem os caminhos
E sermos sobreviventes
De um naufrágio coletivo
Com o coração choroso
E o destino abençoado
Sentiremos felizes
Tão só por estarmos vivos
E daremos um abraço
No primeiro desconhecido
E louvaremos a sorte
De conservar um amigo
E então recordaremos
De tudo aquilo que perdemos
E de uma vez aprenderemos
Tudo o que não aprendemos
E não teremos inveja
Pois todos terão sofrido
E não teremos apatia
Seremos mais compreensivos
Valerá mais o que é de todos
Que o jamais conseguido
Seremos mais generosos
E muito mais comprometidos
Entenderemos o quanto
Significa estarmos vivos
Sentiremos empatia
Por quem está e por quem se foi
Admiraremos o velho
Que pedia dinheiro no mercado
Que não sabíamos seu nome
E sempre esteve ao seu lado
E talvez o velho pobre
Era seu Deus disfarçado
Nunca perguntaste o nome
Porque estavas apressado
E tudo será um milagre
E tudo será um legado
E se respeitará a vida
A vida que nos foi dada
Quando a tormenta passar
Te peço Deus, arrependido
Que nos retorne melhores
Como havías sonhado para nós
(Poema de Alexis Valdés, artista cubano, escrito em 2020, durante a pandemia da COVID-19, erroneamente atribuída a autoria a K. O’Meara, que teria escrito durante a epidemia de 1800)
Vídeo: Poema Esperança (em espanhol)