REFLEXÕES PARA TODOS: “Thor, o Cão Guardião da Casa (e do Controle da TV)“ (conto); “Thor, o Cão Guardião do Controle da TV” (poema).

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“Thor, o Cão Guardião da Casa (e do Controle da TV)“ (conto); “Thor, o Cão Guardião do Controle da TV” (poema).




Thor, o Cão Guardião da Casa (e do Controle da TV).


Em uma casa tranquila, cercada por móveis antigos e flores sempre bem cuidadas, vivia Thor, um cão tão esperto quanto majestoso. Dono de um olhar profundo e expressivo, ele era mais do que apenas um animal de estimação — era o verdadeiro mestre da sala.


O sofá verde com pinturas de flores desbotadas já conhecia bem o peso suave de Thor. Ali, entre almofadas gastas e o perfume doce que exalava das flores que haviam em um canto da sala, todas as tardes, após o almoço, Thor se deitava em um ritual silencioso que só ele parecia entender.


Agora, com a casa mais vazia e o tempo caminhando devagar, era Thor quem fazia companhia às tardes silenciosas. A televisão, sempre exibindo novelas antigas, era como uma trilha sonora para as lembranças que preenchiam o ambiente. 


Entre as patas da frente  de Thor, acomodado no sofá, cuidadosamente posicionado, estava o  controle remoto da televisão que se encontrava sobre um lindo móvel ao lado de outro, também belo, com vidraças nas portas mostrando objetos cuidadosamente colocados ali. Era o ritual de Thor: vigiar o controle remoto da televisão para que ninguém mudasse de canal sem sua aprovação, como se tentasse segurar o tempo, impedir que a solidão mudasse o canal da vida.


Thor não era apenas um cachorro. Era a memória viva daquela casa. Desde filhote, acompanhara cada capítulo da vida de Dona Lúcia: os risos, os choros, as visitas que vinham e iam, o passar das estações do lado de fora da janela.


Naquela tarde, Dona Lúcia tentava assistir a sua novela favorita, mas Thor estava atento, observando calmamente a movimentação. Ele fitava a tela como quem analisava um julgamento complicado: "Drama familiar? Chato. Cadê o programa de cachorros super-heróis?", pensava, balançando a cauda com desdém. Mas, seus olhos atentos denunciavam seu pensamento: "Que ninguém ouse colocar naquele programa de culinária chato de novo".


Todo mundo na casa sabia: mudar o canal sem a permissão de Thor era considerado um fato desagradável para ele. Tinha gente que jurava que ele sabia qual botão era o "mudo" e ameaçava usá-lo se o programa não fosse do seu agrado.


A dona da casa, Dona Lúcia, já havia aprendido que discutir com Thor era inútil. Sempre que alguém tentava pegar o controle remoto, ele apenas levantava uma sobrancelha (de uma forma incrivelmente expressiva para um cachorro) e, lentamente, apoiava uma pata sobre o aparelho, como se dissesse: "Reflita bem sobre suas escolhas."


Para todos, aquilo era uma grande brincadeira. Mas para Thor, era uma missão sagrada: proteger a harmonia da sala, garantindo que os programas fossem, acima de tudo, interessantes — cheios de ação, de emoção, ou pelo menos de barulhos divertidos de outros animais.


Dona Lúcia, sentada em sua poltrona favorita, trocava olhares com Thor. Era um entendimento silencioso, uma troca de amor que dispensava palavras. Em seu olhar, ela via o que talvez mais precisasse: a certeza de que não estava sozinha.


E assim, entre olhares, suspiros e uma autoridade silenciosa (mas muito peluda), Thor manteve seu domínio sobre a programação. Afinal, em uma casa onde o sofá tinha pinturas de flores e a televisão exibia novelas, o verdadeiro astro era ele:  Thor - o guardião da casa (e do controle remoto da TV) que, mesmo simples, carregava todo o amor de um lar, cheia de memórias, que ainda pulsava, e, sem dúvida, o melhor amigo que seus moradores tinham. 



Abaixo, o Poema, inspirado no conto.



Thor, o Cão Guardião do Controle da TV


No sofá florido, Thor se estica,
Com olhar sério, quase uma crítica.
A TV ligada, ele já escolheu,
Nada de novela — o gosto é só seu!


Dona Lúcia tenta argumentar,
Mas Thor só a olha sem se levantar.
“Esse canal? Já vi ontem à tarde!
Vamos ver cães-heróis com coragem!”


Com a pata firme sobre o botão,
Protege os controles com devoção.
É cão, mas parece um rei de verdade,
Comanda a sala com autoridade.


Entre almofadas, flores e luz,
É ele quem manda — não se discute!
Um latido curto, um olhar profundo,
Thor é o juiz da telinha do mundo.


E no fim do dia, tudo em paz,
Ele cochila e ninguém o desfaz.
Com sonhos de séries e grandes missões,
Thor dorme feliz — o guardião dos botões.


(Marcos Alves de Andrade)







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