do que somos por dentro. (Chico Xavier)
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JESUS E INGRATIDÃO
A ingratidão, que é desapreço, apresenta-se como grave imperfeição da alma, que deve ser corrigida. O ingrato é enfermo que se combure nas chamas do orgulho mal dissimulado, da insatisfação perversa. A si todos os direitos e méritos se atribui, negando ao benfeitor a mínima consideração, nenhum reconhecimento. Olvidando-se, rapidamente, do bem que lhe foi dispensado, silencia-o, mesmo quando não pensa que o recebido não passou de um dever para com ele, insuficiente para o seu grau de importância.
A ingratidão é chaga moral purulenta no indivíduo, que debilita o organismo social onde se encontra. Assim, os ingratos são numerosos, sempre soberbos, e auto-suficientes, em dependência mórbida, porém, dos sacrifícios dos outros.
Jesus sempre admoestava os ingratos que lhe cruzavam o caminho.
Nunca lhe faltaram no ministério estes infelizes.
No admirável fenômeno de cura orgânica dos dez leprosos, patenteiam-se a ingratidão dos beneficiados e a interrogação do Mestre, diante daquele que havia retornado para agradecer:
—"Onde estão os outros? —Não foram dez os curados?" Nove se haviam ido, apressados, para o gozo e a algaravia, recuperados por fora, sem libertação da doença interna, que desaparecia somente a partir do momento em que fossem agradecer, modificando-se psicológica e moralmente.
Na tragédia do Calvário, não se encontrava presente nenhum dos que foram beneficiados pelas Suas mãos e estes haviam sido muitos.
Ele iluminara olhos apagados; abrira ouvidos moucos; ofertara som aos lábios silenciosos; equilíbrio a mentes tresvariadas; movimentos a membros mortos; vida a catalépticos; recuperação orgânica a portadores de males inumeráveis e, no entanto, ficou esquecido por todos eles.
Não obstante o bem que receberam, fugindo do reconhecimento, os ingratos viram-se diante de si mesmos, das consciências molestadas pelos remorsos, tornando a enfermar e morrendo, pois que deste fenômeno biológico ninguém escapa.
(...)
Não te preocupes com os ingratos dos teus caminhos de amor. Prossegue, ofertando luz, sem te inquietares com a teimosia da treva. Onde acendas uma lâmpada, a claridade aí derramará dádivas. Os teus beneficiários que te abandonaram, esqueceram ou se revoltaram contra ti, aprenderão com a vida e compreenderão, mais tarde, o que fizeram. Recordarão das tuas atitudes e buscarão passar adiante o que de ti receberam. Não é, portanto, importante, o tratamento que te dêem em retribuição, mas sim, o que prossigas fazendo por eles.
(Obra “Jesus e atualidade”, Divaldo P. Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis)
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